sábado, 22 de maio de 2010

ALLAN KARDEC


A Missão de Allan Kardec

Carlos Imbassahy

Allan Kardec nasceu na cidade de Lyon, na França, a 3 de outubro de 1804, recebendo na pia batismal o nome de Hippolyte.

Seu pai se chamava Jean Baptiste Antoine Rivail. Seu nome era, pois, Hippolyte Léon Denizard Rivail.

Diz o Dr. Canuto Abreu, em interessante artigo publicado na revista "Santa Aliança", de fevereiro de 1956, que encontrara nos Arquivos do Espiritismo, antes de destruídos pelos alemães, quatro formas diferentes do nome Denizard.

Os companheiros do Mestre na Société Parisiènne des Etudes Spirites inverteram a ordem dos primeiros apelidos, escrevendo Léon-Hippolyte, em vez de Hippolyte-Léon.

Reportando-se à etimologia, conclui o nosso erudito patrício:

"Segundo creio, o nome Denizard deriva da velha expressão latina Dionysos Ardenae, designativa de Deus Dyonisio, da floresta de Ardenas. Dentro dessa imensa mata gaulesa que Júlio César calculava em mais de 500 milhas, os Druidas celebravam as evocações festivas do Deus Nacional da Gá1ia, denominado Te-Te-Te, Altíssimo, representado por um carvalho secular.

A sombra do carvalho divino os legionários romanos, após a derrota de Vercingetorix, ergueram a estátua do Deus Dionysius, também conhecido pelo nome de Bacchus, deus das selvas, das campinas, das uvas, dos trigais, amante da rusticidade e da liberdade. E, de conformidade com o costume dos conquistadores, inscreveram uma legenda latina ao pé do monumento. Supõe-se que rezava assim: Dionysio Rústico Eleuthero, com a significação de Dionisio campestre em liberdade".

O povo deturpou os nomes:

``Dionysius sofreu a evolução simplificativa Dionysio-Dionys-Denls. Ardenae, latinização de ard-nae, mata grande, simplificou-se em ard".

Com a introdução do Cristianismo, surgiram três santos, Denis, Rústico e Eleutério.

Alan Kardec foi consagrado a Denis-Ard, evocativo do Protetor Espiritual da França. O primeiro nome apresentado ao Maire foi o de Denizard.

Tal é o relato resumido do Dr. Canuto Abreu.

* * *

Os estudos de Kardec foram iniciados em Lyon, tendo-os completado em Iverdun, na Suíça, sob a direção do célebre e inesquecível Professor Pestalozzi.

Os seus detratores, entre outros defeitos que lhe apontam, costumam apresentá-lo como ignorante, confiados que a calúnia, ligeira brisa a princípio, como se diz no Barbeiro de Sevilha, converter-se-á em terrível vendaval.

Ora, o Mestre teve uma sólida instrução, servida por uma robusta inteligência. Ele conhecia o alemão, o inglês, o italiano, o espanhol, o holandês, sem falar na língua materna, e tinha grande cultura científica.

É fácil comprovar o nosso asserto, verificando-se a lista dos importantes trabalhos que publicou, tais como:

Plano para melhoramento da instrução pública, que deu a lume em 1828.

Em 1829, o Curso prático e teórico de Aritmética.

Em 1831, a Gramática Francesa Clássica.

Alguns anos mais tarde entregava à Livraria Acadêmica de Didier mais dois livros didáticos de grande valor: Soluções nacionais das questões e Problemas de Aritmética e Geometria.

Manual dos Exames para os títulos de capacidade.

Em 1846, Programa dos cursos usuais de Química, Física, Astronomia e Fisiologia.

Em 1848, Catecismo gramatical da língua francesa para os iniciantes do idioma.

E ainda:

Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas. Pontos para exames.

Ditados normais dos exames da Municipalidade de Sorbonne.

Alguns o apresentam como doutor em Medicina, e disto se aproveitou a crítica adversária para denegrir a memória do Codificador, acoimando-o de embusteiro.

Kardec nunca se fez passar por médico, sendo a sua profissão a de mestre-escola. O equivoco provém de que costumava curar os enfermos pelo hipnotismo e com aplicações de passes magnéticos.

Bacharelou-se, entretanto, em Ciências e Letras.

Além da sua obra científica e literária, há que acrescentar as da Codificação Espírita, que vinham abrir um caminho novo no campo da Filosofia. Assim é que ele publicou:

Em 18-4-1857—O Livro dos Espíritos.

Em 1861 —O Livro dos Médiuns.

Em 1864—O Evangelho segundo o Espiritismo.

Em 1865—O Céu e Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo.

Em 1868—A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo.

Estas obras constituem o Pentateuco Espírita. A elas poderemos ainda acrescentar:

O que é o Espiritismo.

Introdução ao estudo da doutrina espírita.

Obras Póstumas.

Esta última fora publicada quase 21 anos após a desencarnação do mestre.

A Revue Spirite.

Fundou, ainda, a Société Parisiènne des Etudes Spirites.

Kardec exerceu, por muito tempo, o professorado, sendo conhecido como Le Professeur Rivail.

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